Com os dados de março de 2024, o Banco de Portugal revela que as taxas de juro de médias de novos depósitos a prazo de particulares até um ano praticamente deixaram de descer. Passaram de 2,82% em fevereiro para 2,81% em março, isto em termos de taxa de juro acordada anualizada (TAA).

 

Taxas de juro médias de novos depósitos – Março de 2024

No conjunto de todos os prazos, a descida é mais intensa mas, ainda assim, em desaceleração, entre os depósitos de um a dois anos, face ao que se havia registado entre janeiro de fevereiro de 2024.

Mesmo para a globalidade dos novos depósitos, o ritmo de queda dos juros é relevante.

De facto, a taxa de juro média diminuiu pelo terceiro mês consecutivo mas caiu apenas 0,03 pontos percentuais, para 2,78%. Isto para o universo de todos os novos depósitos a prazo de particulares, constituídos em março de 2024. A queda entre janeiro e fevereiro tinha tido a triplo da magnitude (0,09 pontos percentuais) e entre dezembro e janeiro tinha sido de 0,018 pontos percentuais.

A descida mais significativa apurou-se entre os depósitos com prazo de maturidade entre o um ano e os dois anos. Nestes a TAA passou de 2,39% em fevereiro para 2,21%, um total de 18 décimas.

Entre os depósitos acima de dois anos a descida foi de 10 décimas, descendo de 2,06% para 1,96%.

Tal como aqui analisámos anteriormente, é nos depósitos a prazo acima de um ano que as taxas de juro estão a descer mais depressa, antecipando-se que as taxas diretoras do Banco Central Europeu hão-de apontar para um juro de médio prazo a rondar os 2% daqui a alguns anos. Os bancos estão assim a antecipar com larga antecedência essa evolução esperada nos depósitos de maior duração.

Para a maioria dos aforradores, a opção tem sido constituir depósitos a prazo até um ano (96% do volume total de depósitos) pelo que estas notícias revelam que parece ter-se estancado a hemorragia das taxas de juro iniciada em janeiro. Assim, para já, com a inflação em queda, os depósitos até um ano ganharam mesmo alguma competitividade no desafi ode o aforrador garantir que minimiza a perda do poder de compra ou que obtém até algum ganho.

 

Portugal vs Europa

Com mais um mês de dados a posição relativa de Portugal no conjunto dos países da União Europeia quanto ao ranking das taxas de juro de novos depósitos a prazo não mudou significativamente.

Continuamos a estar no grupo dos países em que os depósitos a prazo são mais mal remunerados. Apenas seis países pagam menos pelos depósitos a prazo de particulares do que Portugal. E a média lusa de 2,78% compara com uma média da UE de 3,16%.

Taxas de juro médias de novos depósitos - Março de 2024 
Fonte: Banco de Portugal

Euribor

Para já a euribor a 3, 6 e 12 meses continuam nos 3% altos, entre os 3,5% e os 4%, sendo que as taxas swap para a taxa de juro que projetam as expectativas dos mercados nos próximos anos apontam claramente para a expectativa de descida para a casa dos 2% daqui a alguns anos.

Taxas do BCE

À data em que escrevemos este artigo (maio de 2024) as taxas diretoras do BCE estão na casa dos 4% (4% para a taxa de depósito junto do BCE e 4,75% para a facilidade de crédito que o BCE coloca ao dispôr dos bancos que o necessitem). A expectativa mais forte no mercado é a de que o BCE irá proceder a uma primeira descida destas taxas algures durante o mês de junho de 2024.

Inflação

Ainda assim há grande incerteza quanto ao ritmo de descidas futuras, estando a orientação política dependente da evolução da inflação que vai descendo mas dando alguns sinais contraditórios, em particular, devido ao regresso das subidas de preço em alguns produtos energéticos.

Para já, a primeira descida deverá estar garantida atendendo a que a inflação, tanto na Zona Euro quanto na União Europeia está em queda e já próximo da meta de 2% que o BCE (2,4% em ambos os espaços económicos). Ainda que menos relevante para definição de política do BCE há ainda que ter em conta o abrandamento da economia europeia, em particular, na Alemanha.

Finalmente, a complicar a ambição no ritmo de descidas dos juros estará o facto de nos EUA, um ressurgimento da inflação, estar a fazer a Reserva Federal repensar a sua intenção de descer as taxas de juro. Esta evolução terá algum impacto no processo de decisão do BCE. Resta saber com que magnitude.

Pode consultar aqui os melhores depósitos a prazo em oferta em Portugal.

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By Poupado

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