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Estado paga mais a aforradores não residentes para produtos comparáveis

O Estado paga mais a aforradores não residentes? O Estado, através do IGCP, lançou, no final de outubro de 2017, um novo produto chamado Certificados do Tesouro Poupança Crescimento que substituiu os Certificados do Tesouro Poupança Mais. Atendendo às declarações públicas prestadas pelo IGCP nos meses anteriores e face à descida significativa das taxas de juro a que está a ser negociada a emissão da dívida pública (vejam-se as yields das obrigações do tesouro), esta novidade vinha-se adivinhando pois o prémio pago pelos CTPM era já especialmente significativo face ao que se obtinha no mercado secundário e mesmo primário.

 

CTPM estavam a pagar acima dos valores de mercado

A taxa anual média líquida para um investidor nacional que mantivesse os CTPM subscritos até à maturidade (5 anos) seria, garantidamente, de 1,62%. A 27 de outubro de 2017, a yield das obrigações do tesouro português a 5 anos rondava os 0,86%, sensivelmente metade do que está a ser pago aos aforradores com CTPM. Note-se que, além da taxa garantida, os aforradores de CTPM receberiam ainda um prémio caso o PIB real, nos últimos dois anos do período de subscrição, registasse crescimento real positivo (receberiam 80% do crescimento do PIB) o que aumentaria ainda o diferencial.

Em suma, é compreensível que num cenário de taxas de juro muito baixas e no qual os depósitos a prazo também não são concorrenciais para o aforrador, o Estado procure não pagar mais do que o necessário para financiar a sua dívida.

 

Os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento são competitivos?

Enquanto que, sem contar com os eventuais prémios associados à evolução do PIB, os CTPM pagavam 1,62% líquidos em média anual durante 5 anos, os CTPC irão pagar 0,98% em média (que corresponde a 1,39% de taxa bruta) considerando os sete anos até ao final do prazo deste produto.

A 27 de outubro de 2017, a yield das obrigações do tesouro comparáveis, ou seja, com maturidade de sete anos, estava a 1,39%, precisamente o valor da taxa anual nominal bruta dos CTPC. Se considerarmos que os CTPC ainda podem pagar um prémio (40% do crescimento real do PIB limitados a um incremento máximo por esta via de 1,2 pontos percentuais à taxa de juro) poderemos considerar que o produto é competitivo. Mas numa análise mais detalhada é legítimo efetuar alguma críticas.

 

Estado paga mais a aforradores não residentes para produtos comparáveis

Desde logo, o Estado está a emitir os CTPC para residentes sujeitos a IRS pelo que o custo real para o Estado será sempre o juro nominal menos o IRS que cobra, ou seja, o Estado para taxas nominais iguais nos CTPM e nas obrigações, tem sempre um desconto equivalente a IRS caso o subscritor seja residente.

Por outro lado, os CTPC não são mobilizáveis durante os primeiros 12 meses o que justificaria um prémio de liquidez para que fossem competitivos com as obrigações mas ele é, de facto negativo, pois no primeiro ano, os CTPC pagam apenas 0,75% brutos (0,54% líquidos) enquanto que o cupão das obrigações é de 1,39% desde o primeiro ano sem limitações de mobilização me mercado secundário. Como atenuante diga-se que uma obrigação só terá capital garantido se levada até à maturidade pelo que a possibilidade de se vender a obrigação no mercado tanto pode implicar um ganho extraordinário além do cupão anual como uma perda.

É certo que o prémio associado ao PIB, desde o 2º ano de subscrição poderá tornar os CTPC mais competitivos mas esse prémio é incerto e deve ser considerado com prudência nas comparação com outros produtos. Acrescenta-se que, na maturidade, o risco associado a uma obrigação ou a um CTPC é idêntico, pois ambos dependem da solvência do Estado português.

 

 

Resumindo e concluindo

Tudo ponderado, os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento que surgem como alternativa, destinada às famílias residentes, que pode ser comparada com uma forma de financiamento concorrente usada pelo Estado Português como as obrigações (que são tipicamente subscritas por não residentes e como tal não tributáveis em IRS pelo Estado Português), revelam um Estado que oferece dívida pública aos seus próprios cidadão com um desconto na taxa real oferecida, beneficiando os não residentes a quem entrega juros mais elevados.

Uma situação que merece ser criticada e colocada aos responsáveis políticos. Recorde-se que a taxa liberatória de IRS aplicada aos juros da dívida pública é de 28%. Ou seja, por cada euro de juros o estado fica 28 cêntimos.

Feita a crítica, e regressando aos CTPC, face à oferta que está disponível para as famílias, não são, ainda assim, desinteressantes pois permitirão um retorno mais competitivo do que a esmagadora maioria dos depósitos a prazo pelo que, cada aforrador, deverá considera-los como opção válida quando definir as suas carteiras de investimentos.

IGCP mantém Taxa dos Certificados do Tesouro em Novembro de 2016

No momento em que se fixam as remunerações para o penúltimo mês de subscrições do ano de 2016, o IGCP mantém taxa dos certificados do Tesouro em novembro de 2016.

Apesar de uma descida das remunerações dos certificados do tesouro poupança mais estar nos planos do instituto público que gere a dívida do Estado português (conforme analisámos aqui “Taxa dos Certificados do Tesouro vai descer ainda em 2016?“) a verdade é que durante pelo menos mais um mês a estrutura de taxas anuais crescentes deste produto continuará a ser oferecida aos subscritores permitindo obter, no total dos cinco anos, uma taxa média de 2,25% TANB, claramente uma das mais interessantes no mercado de produtos de menor risco.

 

Taxa dos Certificados do Tesouro em Novembro de 2016

Assim, quem pretender subscrever os certificados do tesouro até 30 de novembro de 2016 poderá contar com o seguinte compromisso de remuneração por parte do Estado:

  • 1.º ano – 1,25%
  • 2.º ano – 1,75%
  • 3.º ano – 2,25%
  • 4.º ano – 2,75%
  • 5.º ano – 3,25%

Há ainda um prémio adicional potencial associado ao crescimento do PIB a pagar, eventualmente, no 4º e 5º ano.

Recordamos que no final do corrente ano, os certificados de aforro da série C deixarão de pagar o prémio de permanência de 2,75 pontos percentuais o que tornarão este produtos menos apelativo em termos de remuneração.

Recordamos ainda que a subscrição de certificados do tesouro implica que durante os primeiros 12 meses não seja possível movimentar o capital e exige uma poupança mínima inicial de €1000.

 

Mais detalhes sobre os Certificados do Tesouro:

Prémio de remuneração:

  • No 4.º e 5.º ano, ao valor da taxa de juro fixada, acresce um prémio, a ser divulgado pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, E.P.E. (IGCP, E.P.E.), no seu sítio na Internet no penúltimo dia útil do mês anterior à data de pagamento de juros, correspondente a 80% do crescimento médio real do PIB a preços de mercado (taxa de variação em volume homóloga arredondada a uma casa decimal, segundo informação disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística, I.P. (INE, I.P.), noâmbito da primeira publicação das estimativas completas das Contas Nacionais Trimestrais para o trimestre de referência) nos últimos quatro trimestres conhecidos no mês anterior à data de pagamento de juros.
  • O prémio apenas tem lugar no caso de crescimento médio real do PIB positivo.
  • O prémio não será corrigido retroativamente em resultado de revisões posteriores das estimativas do PIB publicadas pelo INE, I.P.

Vencimento de juros:

  • Cada subscrição vence juros com uma periodicidade anual.
  • O vencimento dos juros ocorre no dia do mês igual ao da data-valor da subscrição. No caso de esse dia não existir no mês de vencimento, o crédito terá lugar no 1.º dia do mês seguinte.

Distribuição de juros:

  • O valor dos juros, líquido de Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS), é creditado no Número de Identificação Bancária (NIB), registado na respetiva conta do tesouro aberta junto do IGCP, E.P.E.
  • Não há capitalização de juros.

Reembolso:

  • Vencimento do capital ao valor nominal, no 5.º aniversário da data-valor da subscrição. No caso de esse dia não existir no mês de vencimento, o crédito terá lugar no 1.º dia do mês seguinte.
  • O valor de reembolso é creditado no NIB registado na respetiva conta do tesouro aberta no IGCP, E.P.E.

Resgate antecipado:

  • O resgate só é possível um ano após a data-valor da subscrição.
  • Decorrido o 1.º ano, poderão ser efetuados resgates, em qualquer momento do tempo, acarretando a perda total dos juros decorridos, desde o último vencimento de juros até à data de resgate.
  • O resgate determina o reembolso do capital ao valor nominal das unidades resgatadas.
  • O resgate pode ser na totalidade das unidades subscritas ou, no caso de ser parcial, o total das unidades remanescentes
  • não poderá nunca ser inferior a 1.000 unidades.
  • O valor de resgate é creditado no NIB registado na respetiva conta do tesouro aberta no IGCP, E.P.E.
  • O resgate pode ser ordenado pelo titular ou por um seu mandatário com poderes especiais para o efeito.

Titularidade:

  • Só podem ser titulares de CTPM as pessoas singulares.
  • Cada pessoa só pode ser titular de uma conta e cada conta apresenta um só titular. Nessa conta é obrigatória a indicação de uma morada e de um NIB de uma conta bancária de que essa pessoa seja detentora.

Regime fiscal:

  • Os juros e os prémios de remuneração estão sujeitos a IRS, com retenção na fonte, à taxa liberatória existente na data do vencimento de juros.
  • OS CTPM estão isentos do imposto de selo, desde que revertam a favor de herdeiros legitimários.

Garantia de capital:

  • Garantia da totalidade do capital investido.

Encontre aqui mais detalhes sobre os certificados do tesouro poupança mais que, como poderá constatar, mantêm as suas características desde 2014 com exceção das taxas que forma revistas em baixa em fevereiro de 2015 para os valores que aqui hoje reproduzimos.

Pode ainda comparar aqui a oferta de títulos de aforro em dívida pública com os melhores depósitos a prazo neste momento.

Taxa dos Certificados do Tesouro vai descer ainda em 2016?

A taxa de juro dos Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) foi revista em baixa pela última vez em fevereiro de 2015. Sendo certo que desde então se tem registado uma descida das taxas de juro que remuneram os depósitos a prazo, estando as taxas de juro média bem abaixo do ponto percentual, a verdade é que não têm sido esse o cenário na evolução das yields da dívida pública portuguesa a 5 anos.

Falamos da evolução das yields da dívida pública portuguesa a cinco anos porque, tal como os certificados do tesouro, estas constituem-se como uma das fontes de crédito para o Estado e partilham com os certificados do tesouro o prazo de duração do crédito obtido: 5 anos.

 

Taxa dos Certificados do Tesouro vai descer ainda em 2016?

Como se pode observar no gráfico seguinte, entre o último momento em que se registou uma revisão em baixa dos juros dos certificados do tesouro e o início de outubro de 2016, o custo de financiamento da dívida pública nos mercados através da emissão de empréstimos obrigacionistas a 5 anos tem aumentado de forma paulatina mas clara o que, por si, torna os certificados do tesouro com as taxas atuais num produto ainda mais barato para o Estado do que já era em fevereiro de 2015.

Taxa dos Certificados do Tesouro vai descer ainda em 2016

Recorde-se a estrutura de remuneração dos CTPM em vigor a 4 de outubro de 2016 (segundo consulta no sítio do IGCP):

  • Fixa para cada ano da aplicação:
    1.º ano – 1,25%
    2.º ano – 1,75%
    3.º ano – 2,25%
    4.º ano – 2,75%
    5.º ano – 3,25%
  • 4.º e no 5.º ano é acrescida de um prémio, em função do crescimento médio real do Produto Interno Bruto (PIB), conforme descrito no  ponto seguinte.

Se os certificados do tesouro poupança mais permitem ao estado financiar-se a um custo mais baixo do que os mercados internacionais, então de onde vem a pergunta? Qual o sentido de descer a taxa de juro com que se admitem novas subscrições?

A verdade é que o gráfico aqui representado e a informação que ele contém é incompleta para a tomada de decisão.

É também relevante considerar que os CTPMs têm superado as expectativas formuladas no início do ano em termos de subscrições líquidas de resgates. É igualmente importante reconhecer que, para o cliente individual, pequeno e médio aforrador do retalho, em especial os particularmente avessos ao risco, a oferta de produtos que correspondam ao seu perfil, existentes no mercado, remunera muito menos do que os produtos que o Estado através do IGCP tem desenhado e colocado no mercado, sendo os certificados do tesouro aqueles que encabeçam a lista da melhor oferta disponível para o perfil de investimento de muitos dos investidores.

Em suma, sim, é verdade que os Certificados do Tesouro Poupança Mais já são das formas mais económicas de financiamento do Estado (recorde-se que os residentes ainda têm de entregar ao Estado 28% dos juros brutos) mas também é verdade que, no mercado em que se encontra este produto, há uma margem considerável para lhe descer as taxas e, ainda assim, se manter como um dos ou mesmo o mais competitivo, adivinhando-se que o impacto sobre a procura possa não ser muito expressivo.

No passado dia 5 de setembro, a responsável máximo do IGCP, Cristina Casalinho, respondi assim a uma pergunta do Jornal de Negócios sobre a possível revisão em baixa da taxa de remuneração dos Certificados do Tesouro.

Estamos a pensar. Gostaríamos que, em qualquer dos produtos, o período da revisão fosse mais encurtado. Vamos ver… Temos umas ideias, mas a decisão última não é responsabilidade do IGCP. Fazemos a nossa proposta, mas depois a tutela é que tem a palavra final sobre este assunto. As nossas sugestões são acolhidas e estamos a pensar no assunto. Vamos ver qual é o resultado final da discussão interna que vai ocorrer.”

 

Conclusão:

A decisão de descer, ainda em 2016, as taxas de juro dos certificados do tesouro poupança mais (ou logo no início de 2017) está claramente em cima da mesa, é defendida pela responsável pela Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública e está pendente de uma decisão política que poderá ou não surgir. Recorde-se que em 2015, aquando da descida dos juros, a decisão foi anunciada com antecedência tendo, inclusive, provocado uma autêntica corrida à subscrição deste produto de poupança. É provável que tal situação de repita caso haja decisão de alteração das taxas.

Acompanhe e identifique os melhores depósitos a prazo que ainda conseguem concorrer com os certificados do tesouro consultando a nossa base de dados com os melhores depósitos a prazo.

Dívida Pública em Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro

Qual o volume de dívida pública em certificados de aforro e certificados do tesouro? Como tem evoluído ao longo dos anos? Qual o peso relativo desta forma de emissão de dívida na dívida total bruta?

Estas são algumas perguntas a que procuramos responder usando a série cronológica entre julho de 2010 e maio de 2016. Note-se que usámos julho de 2010 como momento de início por coincidir com a criação dos certificado de tesouro.

 

Dívida Pública em Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro

Em termos de volume nunca houve tanto dinheiro emitido em dívida pública sob a forma de certificados de aforro e de tesouro: em maio de 2016 somava €22.324 milhões. Nesse mesmo mês havia €12.904 milhões de dívida sob a forma de certificados de aforro e €9.420 milhões de certificados do tesouro.

Estes valores representam o máximo histórico em certificados do tesouro mas não de certificados de aforro que precisamente no primeiro mês da série que analisámos ultrapassavam os €16 mil milhões.

 

Como tem evoluído a dívida em certificados de aforro e do tesouro ao longo dos anos?

O total de dívida pública bruta emitido através de certificados de aforro e de certificados do tesouro já foi mais significativo do que atualmente. Não indo mais longe, em julho de 2010 representava 11,3% do total. Nos anos seguintes o seu peso relativo passou para menos de metade atingindo o mínimo histórico em maio do ano de 2013 com um peso de 5,3%. Sendo esta dívida detida essencialmente por residentes e sendo muito expressiva no universo da dívida bruta total detida por entidades residentes, o peso da dívida pública em mãos nacionais acompanhou assim a evolução deste indicador. Contudo, desde o registo mínimo iniciou-se uma tendência praticamente ininterrupta de recuperação de relevância, potenciada especialmente pela popularidade dos certificados de tesouro  que registaram crescimentos intenso, primeiro até ao início de 2015 e acelerando novamente em 2016.

Em maio de 2016 a dívida expressa em certificados de aforro  e certificados de tesouro representa 9,6% do total da dívida pública bruta, o valor mais alto desde maio de 2011.

A expectativa é de que, enquanto não forem revistas em baixa as condições de remuneração dos certificados do tesouro poupança mais, estes consigam continuar a captar algumas centenas de milhões de euros líquidos por mês, mais do que compensando, os resgates e a maturação dos primeiros títulos emitidos em 2010 e 2011 (maturidade de cinco anos).

Os certificados de aforro têm registado um crescimento marginal desde 2015.

 

Dívida Pública em Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro

Dívida Pública em Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro

=> Pode descarregar o ficheiro em excel aqui: Dívida Pública em Certificados de Aforro e do Tesouro

Note-se que em 2016 efetuou-se a primeira emissão de OTRV (Obrigações do Tesouro Rendimento Variável) que captaram €750 milhões e que, por terem isso colocadas no retalho junto de bancos a operar em Portugal, também terão, muito provavelmente, uma elevada taxa de colocação junto de residentes, o que terá aumentado o peso relativo da dívida colocada junto de residentes face à dívida bruta de total que estará a aumentar a um ritmo mais lento.

 

Mais informação:

Pode encontrar mais informação e provavelmente mais recente em certificados do tesouro e em certificados de aforro.

Mais de €2 mil milhões em certificados do tesouro em 2015

Entre janeiro e agosto o Estado conseguiu arrecadar mais de €2 mil milhões em certificados do tesouro em 2015.

Segundo os dados mais recentes divulgados no boletim estatístico do Banco de Portugal, o fluxo líquido dos certificados de aforro poupança mais somava o valor acumulado durante 2015 de €2.170,5 milhões, tendo arrecadado mais de €164,2 milhões só no mês de julho, o valor mais elevado desde o recorde de janeiro de que aqui demos nota (em antecipação à revisão em baixa das taxas). A estes valores somam-se, em igual período de 2015, os € 590,4 milhões líquidos em certificados de aforro.

Ao todo, nos primeiros sete meses de 2015, o Estado já captou €2760,9 milhões em certificados para se financiar, um valor que compara com €2992,8 em igual período no ano anterior.

Note-se que apesar da maior popularidade dos certificados do tesouro poupança mais, estes representam 36% do total arrecadado em certificados com a maior parte a ser composta ainda por certificados de aforro. Ao todo, em agosto de 2015, o Estado tinha uma dívida de € 19.950,0 aos seus aforradores de certificados. Pode consultar estes dados e outros relativos ao Boletim Estatístico do Banco de Portugal aqui.

Mais de €2 mil milhões em certificados do tesouro em 2015

Mais de €2 mil milhões em certificados do tesouro em 2015

Juros dos Certificados descem em março de 2015

É um facto, os juros dos certificados descem em março de 2015.  A taxa de juro dos certificados de aforro série D em março de 2015 desce em março de 2015 para os 1,047% TANB. Recordamos que havia sido de 1,058% no mês anterior.

Na série C, encerrada a novas subscrições em janeiro de 2015, o juro será de 3,040% (tinha sido de 3,049% em fevereiro).

Quanto à série B contará com um juro de 3,0162% (3,0336% em fevereiro).

Nos certificados do tesouro mantêm-se as taxas definidas em fevereiro de 205, a saber:

  • Fixa para cada ano da aplicação: 
    1.º ano – 1,25%
    2.º ano – 1,75% 
    3.º ano – 2,25%
    4.º ano – 2,75% 
    5.º ano – 3,25%
  • 4.º e no 5.º ano é acrescida de um prémio, em função do crescimento médio    real do Produto Interno Bruto (PIB), conforme descrito no  ponto seguinte.     

 

O procura de certificados de aforro e de certificados do tesouro foi muito expressiva até janeiro, tendo o volume global de dívida pública colocado por estas vias batido recordes históricos.

Mantenha-se atualizado quanto às melhores ofertas de aforo comparando mais de 250 opções de depósitos a prazo que recolhemos diretamente dos sítios da internet dos bancos a operar em Portugal: Melhores Taxas de Juro.

Quero fazer poupança a dois anos: certificados ou depósitos a prazo?

 Quero fazer poupança a dois anos: certificados ou depósitos a prazo?

Esta é uma pergunta recorrente a que agora tem de se atualizar a resposta atendendo à redução abrupta das taxas de juro dos certificados de tesouro poupança mais.

Nos últimos anos, as poupanças a mais de um ano foram ganhando relevo no total da poupança em depósitos a prazo constituídas por particulares, tal como foram ressurgindo com maior vigor as aplicações em títulos da dívida pública destinados aos particulares. Esta realidade acompanhou a descida das taxas de juro e a maior aversão ao risco perante a incerteza reinante em outros produtos de poupança e é possível que se mantenha ainda que agora num patamar mais baixo de taxas de juro.

Os certificados do tesouro poupança mais vinham-se afirmando como das melhores ou mesmo a melhor aposta para aforro de menor risco desde outubro de 2013, contudo, a partir de fevereiro a estrutura de taxas de juro crescentes foi alterada passando a taxa média de uma aplicação que se mantenha durante o período máximo permitido de cinco anos a pagar cerca de metade do que vinha pagando desde a sua fundação: pagam uma taxa média de 2,25% TANB. Sendo certo que as taxas de juro dos depósitos a prazo continuam em queda, qual é neste momento a melhor aposta para um aforrados interessado neste tipo de produtos?

 

Poupança a dois anos: certificados ou depósitos a prazo

A análise mais simplificada que podemos fazer baseia-se na comparação direta de taxas de juro para o prazo de referência. Assumindo que o investidor quer manter a sua poupança durante dois anos e consultando a nossa base de dados de depósitos a prazo, verifica-se que os certificados de tesouro poupança mais surgem na 7ª posição em 16 possíveis.

Ou seja, se o mínimo de subscrição, as penalizações por mobilização antecipada, as diferenças quanto ao período de imobilização, etc, forem relevantes para o investidor e este estiver apenas orientado para o juro que pode receber, há pelo menos seis depósitos a prazo (não promocionais) que serão uma melhor opção. São tudo condicionalismos importantes, pelo que cada investidor deve comparar ponderadamente as respetivas fichas de informação normalizadas antes de decidir.

Eis a lista de depósitos a 2 anos ordenada de forma decrescente e incluindo os certificados do tesouro:

Banco PT? Nome do Depósito TANB TANL Tipo de Taxa Depósito Minimo
Invest Sim Depósito 2 anos 2,3 1,656 Fixa 2.000
ActivoBank Sim Poupança Objectivo 1,8 1,296 Fixa 0
ActivoBank Sim Net Activo/Escolha o Prazo 1,8 1,296 Fixa 500
BIC Sim DP Crescente 1,7 1,224 Crescente (semestral) 2.500
PrivatBank Não Clássico 1,6 1,152 Fixa 100
Montepio Sim Poupança Flexível 1,6 1,152 Juros Anuais 10.000
ESTADO – IGCP Certificados do Tesouro Poupança Mais 1,5 1,080 Crescente (média de 2 anos) 1.000
Montepio Sim Poupança Flexível 1,4 1,008 Juros Semestrais 10.000
Banco BIG Sim Depósito a Prazo 1,2 0,864 Fixa 500
Montepio Sim Poupança Flexível 1,2 0,864 Juros Trimestrais 10.000
BEST Sim Poupança Crescente 0,89 0,641 Crescentes (semestrais) 125
Caixa Agrícola Sim Super Crescente 0,7 0,504 Crescente (semestral) 500
BPI Sim DP Especial 2 anos 0,65 0,468 Fixa 50.000
Caixa Galícia Não Alta Remuneração 0,65 0,468 Crescente (anual) 1.000
BPI Sim DP Especial 2 anos 0,35 0,252 Fixa 50.000
Caixa Agrícola Sim Depósitos XL Euribor 3 Mês + 0,044% Crescente (trimestral) 2.500

Destaque-se que à medida que o prazo aceite pelo aforrador aumente mais competitivo se tornam os certificados do tesouro poupança mais face à oferta concorrente de depósitos a prazo. Para uma aplicação a quatro ou a cinco anos surgem mesmo como o produto com as melhores taxas médias anualizadas: 2,0% TANB e 2,25% TANB, respetivamente.

Informação mais recente aqui: melhores depósitos a prazo (contém certificados).

Certificados do Tesouro continuarão a ser um caso sério na captação de poupança?

Certificados do Tesouro caso sério na captação de poupança? Bom, na realidade serão os investidores que irão responder a esta pergunta. Para já, ao contrário do que sucedia até aqui, quem considere investir durante um ano num produto de poupança do estado tinha nos certificados de aforro o melhor aposta (pagando cerca de 3%) enquanto os certificados do tesouro poupança mais pagavam um pouco menos (2,75%). Neste momento a situação inverteu-se e os certificados do tesouro poupança mais batem os certificados de aforro em todos os prazos comparáveis como pode verificar na tabela que publicamos juntamente com este artigo (no final).

 

Certificados do Tesouro caso sério na captação de poupança

Com a taxa de juro a favorecer os certificados do tesouro poupança mais restam poucas razões para preferir os certificados de aforro. Mas ainda existem algumas. Desde logo o capital mínimo para subscrever uns e outros: os certificados e aforro exigem um mínimo de €100 enquanto os certificados do tesouro exigem um mínimo 10 vezes superior. Por outro lado, ao fim de três meses já poderá levantar os certificados de aforro enquanto os certificados do tesouro só poderão ser mobilizado no final no 4º trimestre ou seja após um ano. Dito isto, diríamos que serão argumentos que não serão suficientes para que não haja uma preferência em massa pelos certificados do tesouro mas o futuro o dirá.

Outra variável crítica para responder à pergunta será a comparação entre os certificados do tesouro e outros produtos de poupança como os depósitos a prazo e aí, o prazo será de facto chave para determinar a escolha. Tomando por exemplo, um depósito a prazo a um ano e comparando-o com os certificado do tesouro a um ano constatamos que (em janeiro de 2015) era possível encontrar 25 depósitos a prazo (não promocionais) que pagavam mais do que 1,25% de TANB.

Numa perspetiva a dois anos em que os certificados de tesouro pagam uma taxa média nominal bruta de 1,5% estes revelam-se bem mais competitivos dado que apenas encontrámos cinco depósitos a dois anos na nossa base de dados que os superavam. A três anos a taxa média sobe para os 1,75% e identificámos igualmente cinco depósitos a prazo a três anos que pagam mais do que 1,75% de TANB. A quatro anos, os certificados de tesouro remuneram a uma taxa média anual de 2% (TANB) e supera todos os – poucos – depósitos a prazo existentes para esse prazo, o mesmo sucedendo a 5 anos quando atinge a taxa média anual no período de cinco anos de 2,25% (para uma taxa nesse ano de 3,25%).

Note-se que com a esperada descida das taxas de juro dos depósitos a prazo esta posição relativa dos certificados do tesouro que é agora bem menos competitiva poderá  vir a ganhar vantagens. Esse será um acompanhamento que procuraremos começar a fazer em breve quando atualizarmos a nossa base de dados de depósitos a prazo. Bons negócios!

 

Continua a ser verdade? Certificados do Tesouro caso sério na captação de poupança?

Eis a evolução numa tabela.

Certificados do Tesouro Poupança Mais Certificados de Aforro
Taxas de juro Anuais (TANB)
Ano Outubro 2013 a Janeiro 2015 Após Janeiro de 2015 Série D (Euribor =<0)
1º ano 2,75% 1,25% 1,00%
2º ano 3,75% 1,75% 1,50%
3º ano 4,75% 2,25% 1,50%
4º ano 5,00% 2,75% 1,50%
5º ano 5,00% 3,25% 1,50%
Taxa média anual bruta 4,25% 2,25% 1,44%
Taxa média anual líquida (IRS 28%) 3,06% 1,62% 1,04%

Não se esqueça de comparar com as melhores taxas de juro dos depósitos a prazo atualizadas mensalmente.