Arquivo de etiquetas: Evolução das taxas de juro de depósitos a prazo em 2014

Taxas de juro de novos depósitos a prazo maio 2014

Taxa de juro de novos depósitos a prazo em maio de 2014

Qual a Taxa de juro de novos depósitos a prazo em maio de 2014?

O Banco de Portugal acaba de divulgar a evolução dos depósitos a prazo e das respetivas taxa de juro de novos depósitos a prazo em maio de 2014.

Detendo-nos nas taxas de juro dos novos depósitos a prazo a particulares verifica-se que o valor médio se fixou nos 1,71% de TANB um valor muito próximo do registado há precisamente quatro anos. Quer isto dizer que a taxa de juro é hoje tão baixa quanto há quatro anos? Não. Para sabermos qual a taxa de juro relevante para um investidor temos de descontar o efeito da inflação e após essa comparação verificamos que os juros reais estão hoje acima dos de há quatro anos.

Taxas de juro de novos depósitos a prazo maio 2014A inflação encerrou o ano de 2010 nos 1,4% e este ano espera-se que encerre nos 0,2%. Descontando grosseiramente esses valores na taxa de juro verifica-se que o juro real em maio de 201o estaria próximo dos 0,3% enquanto que em maio de 2014 deveria rondar os 1,5% (isto tudo antes de impostos). Olhar para o gráfico que aqui se reproduz, sem corrigir do efeito preço, ou seja da inflação pode assim iludir o fundamental. A taxa de juro nominal está de facto ao nível de há quatro anos, mas o poder de compra que se pode esperar retirar no final do depósito é hoje significativamente superior, até porque a expectativa de médio prazo para a inflação continua a ser de que esta registe valores muito baixos.
Em termos reais, considerando o ritmo de queda dos juros nominais e o ritmo de queda da inflação, a evolução dos últimos meses deve apontar para uma estabilização da remuneração, isto apesar de há vários meses os bancos oferecerem um juro sucessivamente inferior.

Entretanto, já atualizamos as nossas páginas com as ofertas mais recentes nos depósitos a prazo disponíveis em Portugal.

Convidamo-lo o visitar:

Bons negócios!

É dificil encontrar um depósito que pague menos do que a inflação

Qual a atual relação das taxas de juro dos depósitos e a inflação? Neste início de 2014 é difícil encontrar um depósito a prazo que não consiga, pelo menos, garantir que o aforrador mantenha o poder de compra. Sabe-se agora que a inflação em 2013 terminou nos 0,27%, ou seja, ao longo do ano, o cabaz de compras médio analisado pelo INE aumentou de custo em 27 cêntimos por cada €100. Praticamente não houve inflação em 2013. Por outras palavras, neste cabaz teórico, os aumentos de algumas classes de produtos e serviços foram quase integralmente compensados pelas descidas em outros. E para 2014 as previsões apontam para uma inflação muito baixa, inferior a 1%.

Ora se tomarmos por referênia a inflação agora apurada de 0,27% e confrontarmos essa medida da desvalorização do dinheiro com as taxas de juro que hoje se obtêm na generalidade dos depósitos, constata-se que muito poucos (22 em 291 depósitos) remuneram abaixo dos 0,375% (ou seja, dos 0,27% da inflação mais a taxa liberatória de IRS – 28% –  que recai sobre os juros).
E mesmo assumindo que os preços cresçam, em 2014, os 0,8% agora previstos (pelo Banco de Portugal, por exemplo), continuamos a ter a maioria (209 em 291 depósitos analisados) a garantir um retorno que permita pelo menos manter o poder de compra (isnto considerando a respetiva taxa anualizada de cada depósito). É pelo menos isto que se apura da análise da nossa base de dados com cerca de 300 depósitos a prazo correntemente em oferta pelos 19 bancos a operar em Portugal que vamos acompanhando.

Assim, apesar das taxas de juro nominais continuarem em queda moderada, não deixa de ser irónico que cada vez seja mais difícil encontrar um depósitos a prazo no qual a taxa real seja negativa e que nos leve a perder dinheiro quando medido pela capacidade de poder de compra. O facto é que, as taxas de juro parecem continuar a cair a um ritmo mais lento do que os preços no consumidor. Assim sendo, o retorno real dos aforradores tem vindo ainda a aumentar.

Poupança e depósitos

Em 2014, as taxas de juro dos depósitos vão subir ou vão descer?

As taxas de juro dos depósitos vão subir ou vão descer? Saber responder corretamente à pergunta vale dinheiro. Mas a resposta é complexa e condicionada pelas circunstâncias de cada momento histórico.

Se considerarmos as taxas indexantes do mercado interbancários como referencial para o que vai acontecer em 2014 às taxas de juro dos depósitos a prazo, as últimas semanas revelam uma inversão de tendência. Ou seja, as taxas euribor têm vindo a subir de forma muito lenta mas sucessiva nos seus váriso prazos. A decisão recente do BCE em descer as suas taxas diretoras parece ter sido encarada pelos mercados financeiros como uma “bateu no fundo” esperando que de ora em diante o rumo seja o de subida suave. Note-se porem, que esta evolução não tem tido (ainda?) qualquer reflexo nesse sentido nas taxas de juro de depósitos a rpazo que temos acompanhado.

Mas as contas não são simples. Desde logo é preciso recordar que a atitude do BCE prendeu-se com o receio de se poder estar na iminência de um processo de deflação na zona euro. Um processo indesejável e de consequências incertas que poderia conduzir a um cenário de contração económica induzido pela permanente “certeza” de que os preços estariam continuamente a descer.

Nas declarações mais recentes, tal cenário foi descartado como um risco sério pelo BCE ainda que em países como a Grécia e, com menor amplitude, Portugal, a deflação tenha de facto sido confirmada com os últimos dados mensais do índice de preços do consumidor (variações homólogas).

Se o risco de deflação for real e ameaçar concretizar-se, a pressão para uma estagnação ou redução das taxas de juros nominais dos depósitos a prazo poderá manter-se como até aqui: juros nominais em queda mas ainda com algum ganho em termos reais. Afinal, se os preços descerem, pagar juros mesmo que a taxas historicamente baixas poderá representar estar a pagar taxas de juro reais elevadas. A pergunta seguinte será a de saber que investimentos os bancos encontrarão para garantir um retorno suficientemente alto para remunerar depósitos com taxas reais positivas e ainda obter margem para sustentar a sua atividade, isto em pleno cenário de deflação ou mesmo “apenas” de subida muito ligeira de preços.
A ameaça de se estar a caminhar para novas bolhas financeiras em torno de ativo de alto risco e elevada remuneração é real. Para já, as revervas de poupança parece estar a ser canalizadas para obrigações de alto risco, para os mercados acionistas, para empréstimos às empresas (mas de curto prazo) e para… liquidez, muitas pilhas de notas paradas nos balanços/cofres dos bancos.

Em que ficamos? Os juros dos depósitos vão subir ou descer? Prever a 12 meses uma variável como esta completamente dominada pelo que vier a ser o desempenho económico global continua a ser tarefa difícil. Com a informação disponível diriamos que o cenário mais provável é o de uma variação muito moderada (seja ela de sentido ascendente ou descendente) das taxas de juro reais durante o ano de 2014, em Portugal.