Qual o volume de dívida pública em certificados de aforro e certificados do tesouro? Como tem evoluído ao longo dos anos? Qual o peso relativo desta forma de emissão de dívida na dívida total bruta?
Estas são algumas perguntas a que procuramos responder usando a série cronológica entre julho de 2010 e maio de 2016. Note-se que usámos julho de 2010 como momento de início por coincidir com a criação dos certificado de tesouro.
Dívida Pública em Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro
Em termos de volume nunca houve tanto dinheiro emitido em dívida pública sob a forma de certificados de aforro e de tesouro: em maio de 2016 somava €22.324 milhões. Nesse mesmo mês havia €12.904 milhões de dívida sob a forma de certificados de aforro e €9.420 milhões de certificados do tesouro.
Estes valores representam o máximo histórico em certificados do tesouro mas não de certificados de aforro que precisamente no primeiro mês da série que analisámos ultrapassavam os €16 mil milhões.
Como tem evoluído a dívida em certificados de aforro e do tesouro ao longo dos anos?
O total de dívida pública bruta emitido através de certificados de aforro e de certificados do tesouro já foi mais significativo do que atualmente. Não indo mais longe, em julho de 2010 representava 11,3% do total. Nos anos seguintes o seu peso relativo passou para menos de metade atingindo o mínimo histórico em maio do ano de 2013 com um peso de 5,3%. Sendo esta dívida detida essencialmente por residentes e sendo muito expressiva no universo da dívida bruta total detida por entidades residentes, o peso da dívida pública em mãos nacionais acompanhou assim a evolução deste indicador. Contudo, desde o registo mínimo iniciou-se uma tendência praticamente ininterrupta de recuperação de relevância, potenciada especialmente pela popularidade dos certificados de tesouro que registaram crescimentos intenso, primeiro até ao início de 2015 e acelerando novamente em 2016.
Em maio de 2016 a dívida expressa em certificados de aforro e certificados de tesouro representa 9,6% do total da dívida pública bruta, o valor mais alto desde maio de 2011.
A expectativa é de que, enquanto não forem revistas em baixa as condições de remuneração dos certificados do tesouro poupança mais, estes consigam continuar a captar algumas centenas de milhões de euros líquidos por mês, mais do que compensando, os resgates e a maturação dos primeiros títulos emitidos em 2010 e 2011 (maturidade de cinco anos).
Os certificados de aforro têm registado um crescimento marginal desde 2015.
=> Pode descarregar o ficheiro em excel aqui: Dívida Pública em Certificados de Aforro e do Tesouro
Note-se que em 2016 efetuou-se a primeira emissão de OTRV (Obrigações do Tesouro Rendimento Variável) que captaram €750 milhões e que, por terem isso colocadas no retalho junto de bancos a operar em Portugal, também terão, muito provavelmente, uma elevada taxa de colocação junto de residentes, o que terá aumentado o peso relativo da dívida colocada junto de residentes face à dívida bruta de total que estará a aumentar a um ritmo mais lento.
Mais informação:
Pode encontrar mais informação e provavelmente mais recente em certificados do tesouro e em certificados de aforro.