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Taxas Euribor Renovam Mínimos Históricos

É um facto as taxas euribor renovam mínimos históricos. Na sequência da declarações de 22 de outubro por parte de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE) nas quais informou que o BCE está disposto a recorrer a todos os instrumentos de política monetária convencionais e não convencionais para atingir os seus objetivos quanto à estabilização da Zona Euro e às metas para a evolução dos preços, constata-se que as taxas euribor reagiram.

 

Taxas Euribor Renovam Mínimos Históricos

Entre as medidas que o BCE poderá utilizar em dezembro para reforçar a sua política de facilitação de acesso ao dinheiro contam-se as taxas diretoras como a taxa de juro dos depósitos colocados junto do BCE ou de prestação de liquidez. Estas taxas estão presentemente num patamar que o BCE rotulou de “limiar inferior”, contudo, reviu agora essa afirmação admitindo que as taxas possam descer o que implicará juros nominais e reais ainda mais negativos do que os atuais, penalizando quem coloca reservas junto do BCE em vez de as colocar no mercado a financiar atividades produtivas. Ora estas taxas diretoras condicionam a evolução da Euribor nos seus vários prazos e a promessa de ação em dezembro de 2015 está assim a ser descontada desde já nas taxas euribor de finais de outubro.

No passado dia 26 de outubro, a euribor a 3 meses fixou-se nos -0,064%, menos 0,003 que na sessão anterior. A euribor a seis meses nesse mesmo dia foi de 0,044%, menos 0,002 que na sessão anterior e, finalmente, a euribor a 12 meses foi de  0,110%, menos 0,004 pontos percentuais que na sessão anterior. Ou seja, as três registaram mínimos históricos, sendo provável que continuem a descer.

Recordamos que a euribor a três meses faz parte da fórmula que determina a taxa de juro dos certificados de aforro e que as euribor em geral influenciam as taxas de juro com que os depósitos a prazo são remunerados e às quais os empréstimos são taxados.

Se está com pendor aforrador recomendamos que procure as melhores taxas de juro dos depósitos a prazo, um repositório de informação que iremos continuar a atualizar com regularidade.

Depósitos por valor investido

BCE desceu taxas de referência mas a Euribor está a subir. Porquê?

A Euribor é o preço que os bancos quando emprestam dinheiro entre si colocam nesse mesmo dinheiro que circula entre eles e, como tal, entre os factores determinantes para o seu preço está a lei da procura e da oferta. Se há muitos bancos interessados em pedir dinheiro emprestado e poucos disponíveis a emprestá-lo ou se, por outras palavras, os montantes de crédito desejado superarem os montantes de aforro disponíveis é natural que o preço do dinheiro suba e vice-versa. Ora o que estará a acontecer pela primeira vez em cerca de dois anos (o Jornal de Negócios fez as contas) as taxas de juro euribor (em particular a taxa a 3 meses) estão a superar a taxa diretora do banco central europeu (BCE) ou, mais corretamente, estão a antecipar que a taxa do BCE bateu no fundo e que daqui para a frente a tendência será de esta subir, mais cedo ou mais tarde.

A juntar a esta perceção por parte do que o BCE irá fazer estarão também as condições do mercado interbancário (o tal onde os bancos emprestam dinheiro uns aos outros). Neste mercado estaremos a constatar uma escassez de dinheiro disponível (ou numa linguagem à banqueiro central face ao momento atual, uma “redução do excesso de liquidez”, sendo a liquidez o dinheiro) que estará a “puxar” o preço (a Euribor) para cima. O que se deve sublinhar por estes dias não é tanto um movimento fundamental e robusto mas antes um indício, que poderá muito bem ser o primeiro de que a subida das Euribor terá sustentação ao longo dos próximos meses, em particular à medida que os bancos forem pagando os empréstimos que contrairam há cerca de dois anos (no auge da crise bancária) junto do BCE. Se o pagamento destes empréstimos continuar a bom ritmo, se o BCE continuar a afirmar que não vê necessidade de os renovar em grande escala, se a economia não reentrar em recessão (quase nenhuma instituição internacional com estudos macroeconómico o espera neste momento) e se não se descobrirem surpresas demasiado desagradáveis nos testes de stress à banca europeia a realizar dentro de alguns meses, é bem provável que o ciclo de subida progressiva e continuada das euribor já se tenha iniciado e com isso, possamos em breve começar a assistir a uma subida mitigada das taxas de juro dos depósitos a prazo e, claro, aí de forma imediata e total, dos créditos a elas indexado.

Ainda assim continuamos a viver numa conjuntura de particular incerteza onde se começa a projetar a redução dos incentivos económicos nos EUA (em virtude de um melhor desempenho económico), onde o desempenho das economias emergentes não deverá ser tão dinâmico nos próximos anos podendo ter efeitos importantes no resto do mundo e onde na Europa se oscila entre a ameaça da deflação e a pressão da economia mais poderosa, sempre receosa e contrária ao intervencionismo moderador do BCE.

Poupança e depósitos

Depósitos com taxas de 0,7% na iminência de oferecerem ganhos reais positivos em 2013

Na sequência de mais uma descida das taxas diretoras do Banco Central Europeu (BCE) decididas recentemente e em virtude do atual presidente do BCE continuar a afirmar disponibilidade para descer mais as referidas taxas (chegando a admitir que a taxa de depósito dos bancos junto do BCE possa vir a ser negativa em termos nominais – é de 0% neste momento) as taxas de juro fixadas pelo mercado interbancário – as Euribor – tem vindo repetidamente a bater mínimos históricos.

Como é sabido, até pelo mecanismo de penalização de taxas de juro de depósitos a prazo fixado pelo Banco de Portugal,* a remuneração dos depósitos que são apresentados às famílias e às empresas reage de forma alinhada às subidas e descidas da Euribor pelo que a pressão para descidas futuras das taxas de juro pela via do indexante estão a aumentar. Isto não quer contudo dizer que, no caso português, os depósitos estejam a perder interesse em termos de capacidade de oferecer uma valorização real da poupança feita. Porquê? Como aqui já dissemos, a inflação representa um papel fundamental nestas contas. Se a inflação descer numa ordem de grandeza comparável à descida da taxa de juro que é paga pelo depósito este, no final do prazo, terá garantido o mesmo valor que tinha inicialmente, ou seja, face ao passado, terá conseguido evitar a perda do imposto silencioso que é a inflação em termos de perda de poder de compra.

Se a inflação diminuir a um ritmo mais acelerado do que aquele a que estão a diminuir as taxas de juro, então, o depósito a prazo pode inclusive oferecer um aumento do poder de compra quando se compara o momento de início e de fim do referido depósito.

O que está a acontecer agora?

Como já indicámos anteriormente, face a 2012, os depósitos a prazo têm vindo a aumentar a sua taxa de juro real (taxa de juro nominal menos inflação) precisamente por via de uma queda muito rápida da inflação. Este cenário vai manter-se? Bom, sendo certo que devemos esperar descidas da taxa de juro, também é certo que as revisões feitas à taxa de inflação prevista para Portugal no final de 2013 não têm parado de ser feitas em baixa. No recentemente apresentado Documento de Estratégia Orçamental, por exemplo, o deflator do consumo privado que tipicamente se aproxima da taxa de inflação foi apresentado como perspetivando um aumento dos preços para 2013 de apenas 0,5% o que indicia que os ganhos reais oferecidos pela generalidade dos atuais depósitos a prazo deverão manter-se, pelo menos quando comparados com o passado recente.

A confirmar-se uma taxa de inflação em 2013 de 0,5%, qualquer depósito que remunere a uma TANB igual ou superior a 0,7% garantirá um ganho de poder de compra ao investidor.

 

*Este mecanismo, grosso modo penaliza os bancos por todos os depósitos cuja remuneração supere em mais de 3 pontos percentuais a taxa do indexante para um prazo comparável (tipicamente a Euribor).

Euribor regressa às subidas – remunerações nos depósitos podem subir

A pressão para a descida das taxas de juro provocada pelas sucessivas quedas nas taxas euribor das várias maturidades que se vinha registando há largos meses está a ser interrompida. Em consequência, as taxas euribor estão a afastar-se nos valores mínimos e a criar condições para que haja alguma revisão em alta das taxas de juro a que são remunerados os depósitos a prazo.

Recorde-se que o valor da euribor faz parte da fórmula usada pelo Banco de Portugal a partir da qual se apura o valor máximo aceite como taxa de juro de um depósito a prazo sem que haja penalizações de capital. Recomendamos a este propósito o artigo “Qual será a taxa máxima que pode atingir um depósito a prazo?“.

Para já, e de acordo com a última atualização da nossa base de dados, a tendência de revisão dos depósitos tem sido, ainda, em baixa. Veremos o que nos reserva os próximos meses, aguardando igualmente por novos declarações e medidas de política monetária a toara pelo BCE, as quais poderão condicionar a evolução desta variável. Deixamos a em baixo um gráfico co ma evolução desde janeiro de 2012 das principais taxas da Eubiro (a 3, 6 e 12 meses).

Fonte: Banco de Portugal; Gráfico “Melhores Depósitos a Prazo”).

Euribor a 3, 6 e 12 meses - de 2012 a janeiro de 2013

Euribor a 3, 6 e 12 meses – de 2012 a janeiro de 2013

Taxas Euribor renovam mínimos históricos – dezembro 2012

Seria fastidioso para os nossos leitores aqui recordar regularmente sempre que uma das taxas euribor voltasse a bater o seu mínimo histórico tal é a frequência com que isso tem acontecido no último ano. Hoje decidimos contudo fazer um ponto da situação até porque é a primeira vez que nos referimos a este indexante determinante para evolução das taxas de juro dos depósitos a prazo, aqui no Melhores Depósitos a Prazo.

Os valores finais de novembro são impressionantes, particularmente se comparados com o registado há apenas um ano. Eis a tabela mais recente construida tendo por base a informação do Banco de Portugal:

Euribor a: Dez-11 Nov-12
 1 mês 1,143 0,109
2 meses 1,258 0,145
 3 meses 1,426 0,192
4 meses 1,5 0,244
5 meses 1,578 0,304
6 meses 1,671 0,36
7 meses 1,726 0,402
8 meses 1,788 0,442
9 meses 1,842 0,475
10 meses 1,897 0,518
11 meses 1,949 0,551
12 meses 2,004 0,588

Por outro lado, a primeira sessão de dezembro já trouxe novos valores mínimos, em particular nos seguintes casos:

  • Euribor a três meses: 0,190%
  • Euribor a seis meses: 0,342%

Sendo certo que em período onde a recolha de aforro é importante para os rácios de capital da banca, as limitações/penalizações impostas pelo Banco de Portugal indexadas elas próprias à diferença entre a taxa de juro paga ao depositante e a evolução da euribor acabam por garantir que a evolução global das taxas de juro passivas (as dos depósitos) acompanhem a tendência de evolução da euribor. Em conclusão, as remunerações dos depósitos a prazo deverão continuar a descer durante mais alguns meses, provavelmente os suficientes para nova comparação impressioante daqui a um ano. Sobre as penalizações do Banco de Portugal ler “Instrução Nº28/2011: Banco de Portugal penaliza depósitos que paguem mais de 3 p.p. acima da euribor“.

Pode encontrar vasta informação sobre este tema (e dados atualizados diariamente) nesta página do Banco de Portugal.