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Poupança

Taxa de Juro de Novos Depósitos nos 1,61% em julho de 2014

Segundo os dados mais recentes divulgados pelo Eurosistema , as Taxa de Juro de Novos Depósitos (de prazo superior a 1 ano) fixaram-se nos 1,61% em julho (incluindo depósitos de famílias e de empresas). Este valor revela uma ligeira descida de 0,01 pontos percentuais (p.p.) face ao mês de junho.

A diferença entre as taxas de juro cobradas em novos empréstimos  e as taxas de juro cobradas em novos depósitos aumentou de 2,88 p.p. para 2,98 p.p.

Portugal continua a ter, contudo, taxas de juro médias para depósitos a prazo claramente superiores às praticadas em outros países da zona euro o mesmo sucedendo com as taxas exigidos em novos créditos, em particular às empresas, mantendo-se assim a economia portuguesa em desvantagem face aos seus parceiros da mesma zona monetária.

Taxas de juro de novos depósitos a particulares estabilizam em outubro de 2013

O Banco de Portugal acaba de divulgar os dados mais recentes relativos à evolução dos depósitos a prazo durante o mês de outubro tanto em termos de montantes quanto em relação à evolução das taxas de juro. Analisando em particular a evolução das taxas de juro destaca-se o facto de as taxas dos novos depósitos destinados a particulares terem estabilizado nos 1,96% entre setembro e outubro. Considerando a totalidade dos depósitos a taxa média desceu ligeiramente de 2,18% para 2,08% registando-se assim uma quase colagem entre a taxa média do saldo de depósitos e os novos depósitos entretanto constituidos.

Em relação às empresas não financeiras  a taxa de juro média de novos depósitos a prazo caiu significativamente entre setembro e outubro dos 1,49% para 1,27%. Relativamente ao stock de depósitos as taxas mantiveram-se praticamente idênticas: passando de 2,64% para 2,62%.

Depósitos por valor investido

BCE desceu taxas de referência mas a Euribor está a subir. Porquê?

A Euribor é o preço que os bancos quando emprestam dinheiro entre si colocam nesse mesmo dinheiro que circula entre eles e, como tal, entre os factores determinantes para o seu preço está a lei da procura e da oferta. Se há muitos bancos interessados em pedir dinheiro emprestado e poucos disponíveis a emprestá-lo ou se, por outras palavras, os montantes de crédito desejado superarem os montantes de aforro disponíveis é natural que o preço do dinheiro suba e vice-versa. Ora o que estará a acontecer pela primeira vez em cerca de dois anos (o Jornal de Negócios fez as contas) as taxas de juro euribor (em particular a taxa a 3 meses) estão a superar a taxa diretora do banco central europeu (BCE) ou, mais corretamente, estão a antecipar que a taxa do BCE bateu no fundo e que daqui para a frente a tendência será de esta subir, mais cedo ou mais tarde.

A juntar a esta perceção por parte do que o BCE irá fazer estarão também as condições do mercado interbancário (o tal onde os bancos emprestam dinheiro uns aos outros). Neste mercado estaremos a constatar uma escassez de dinheiro disponível (ou numa linguagem à banqueiro central face ao momento atual, uma “redução do excesso de liquidez”, sendo a liquidez o dinheiro) que estará a “puxar” o preço (a Euribor) para cima. O que se deve sublinhar por estes dias não é tanto um movimento fundamental e robusto mas antes um indício, que poderá muito bem ser o primeiro de que a subida das Euribor terá sustentação ao longo dos próximos meses, em particular à medida que os bancos forem pagando os empréstimos que contrairam há cerca de dois anos (no auge da crise bancária) junto do BCE. Se o pagamento destes empréstimos continuar a bom ritmo, se o BCE continuar a afirmar que não vê necessidade de os renovar em grande escala, se a economia não reentrar em recessão (quase nenhuma instituição internacional com estudos macroeconómico o espera neste momento) e se não se descobrirem surpresas demasiado desagradáveis nos testes de stress à banca europeia a realizar dentro de alguns meses, é bem provável que o ciclo de subida progressiva e continuada das euribor já se tenha iniciado e com isso, possamos em breve começar a assistir a uma subida mitigada das taxas de juro dos depósitos a prazo e, claro, aí de forma imediata e total, dos créditos a elas indexado.

Ainda assim continuamos a viver numa conjuntura de particular incerteza onde se começa a projetar a redução dos incentivos económicos nos EUA (em virtude de um melhor desempenho económico), onde o desempenho das economias emergentes não deverá ser tão dinâmico nos próximos anos podendo ter efeitos importantes no resto do mundo e onde na Europa se oscila entre a ameaça da deflação e a pressão da economia mais poderosa, sempre receosa e contrária ao intervencionismo moderador do BCE.

Recorde em julho 2013: nunca os particulares tiveram tanto dinheiro depositado

O número redondo hoje divulgado pelo Banco de Portugal é este €133.042 milhões. É o valor mais elevado de sempre  colcoado por particulares em depósitos bancários. As empresas também aumetnaram os depósitos em julho face a junho mas relativamente ao mesmo mês de 2012 os €27.835 estão aidna cerca de dois mil milhões abaixo.

Quanto aos particulares sublinhamos que se reforça a tendência já aqui identificada em artigo anterior (ver “Depósitos a mais de 2 anos com peso recorde no total de depósitos de particulares“), de aumento do peso dos depósitos a mais de dois anos, igualmente em máximos históricos, representam já 29,6% dos depósitos totais (valem €39.400 milhões)

Depósitos a mais de 2 anos com peso recorde no total de depósitos de particulares

É um facto: depósitos a mais de 2 anos com peso recorde no total de depósitos de particulares. Os dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal revelam que os depósitos a prazo a mais de dois ano representaram, em junho de 2013, 29,5% do montante total de depósitos a prazo constituidos por particulares existentes na banca nacional.

Esta percentagem é a mais elevada desde o início da série divulgada pelo Banco de Portugal, ou seja, desde outubro de 1989.

O valor agora apurado foi de €39.031 milhões, mais 5,7% que em mês homólogo e mais 0,8% do que em maio de 2013.

Recorde-se que é para estes prazos que se encontram alguns dos depósitos com as melhores taxas de juro do momento conforme pode constatar na nossa folha especializada em depósitos a prazo (consulte o ficheiro com 320 depósitos diferentes) ou na página dedicada a depósitos a dois e mais anos.

Em contrapartida, os depósitos até um ano têm vindo a perder aforradores, desde que registaram um máximo histórico em dezembro de 2008, no auge da incerteza provocada pela crise financeira internacional.

Recorde-se ainda que em junho, o montante total de depósitos aumentou ligeiramente entre os particulares tendo diminuído entre as empresas. Em baixo apresenta-se o gráfico com as séries cronológicas dos montantes colocados em depósitos  por particulares para os intervalos de maturidade divulgados pelo Banco de Portugal.

Bons negócios!

Depósitos outubro de 1989 a junho de 2013

Depósitos outubro de 1989 a junho de 2013

Poupança e depósitos

Depósitos com taxas de 0,7% na iminência de oferecerem ganhos reais positivos em 2013

Na sequência de mais uma descida das taxas diretoras do Banco Central Europeu (BCE) decididas recentemente e em virtude do atual presidente do BCE continuar a afirmar disponibilidade para descer mais as referidas taxas (chegando a admitir que a taxa de depósito dos bancos junto do BCE possa vir a ser negativa em termos nominais – é de 0% neste momento) as taxas de juro fixadas pelo mercado interbancário – as Euribor – tem vindo repetidamente a bater mínimos históricos.

Como é sabido, até pelo mecanismo de penalização de taxas de juro de depósitos a prazo fixado pelo Banco de Portugal,* a remuneração dos depósitos que são apresentados às famílias e às empresas reage de forma alinhada às subidas e descidas da Euribor pelo que a pressão para descidas futuras das taxas de juro pela via do indexante estão a aumentar. Isto não quer contudo dizer que, no caso português, os depósitos estejam a perder interesse em termos de capacidade de oferecer uma valorização real da poupança feita. Porquê? Como aqui já dissemos, a inflação representa um papel fundamental nestas contas. Se a inflação descer numa ordem de grandeza comparável à descida da taxa de juro que é paga pelo depósito este, no final do prazo, terá garantido o mesmo valor que tinha inicialmente, ou seja, face ao passado, terá conseguido evitar a perda do imposto silencioso que é a inflação em termos de perda de poder de compra.

Se a inflação diminuir a um ritmo mais acelerado do que aquele a que estão a diminuir as taxas de juro, então, o depósito a prazo pode inclusive oferecer um aumento do poder de compra quando se compara o momento de início e de fim do referido depósito.

O que está a acontecer agora?

Como já indicámos anteriormente, face a 2012, os depósitos a prazo têm vindo a aumentar a sua taxa de juro real (taxa de juro nominal menos inflação) precisamente por via de uma queda muito rápida da inflação. Este cenário vai manter-se? Bom, sendo certo que devemos esperar descidas da taxa de juro, também é certo que as revisões feitas à taxa de inflação prevista para Portugal no final de 2013 não têm parado de ser feitas em baixa. No recentemente apresentado Documento de Estratégia Orçamental, por exemplo, o deflator do consumo privado que tipicamente se aproxima da taxa de inflação foi apresentado como perspetivando um aumento dos preços para 2013 de apenas 0,5% o que indicia que os ganhos reais oferecidos pela generalidade dos atuais depósitos a prazo deverão manter-se, pelo menos quando comparados com o passado recente.

A confirmar-se uma taxa de inflação em 2013 de 0,5%, qualquer depósito que remunere a uma TANB igual ou superior a 0,7% garantirá um ganho de poder de compra ao investidor.

 

*Este mecanismo, grosso modo penaliza os bancos por todos os depósitos cuja remuneração supere em mais de 3 pontos percentuais a taxa do indexante para um prazo comparável (tipicamente a Euribor).

Euribor regressa às subidas – remunerações nos depósitos podem subir

A pressão para a descida das taxas de juro provocada pelas sucessivas quedas nas taxas euribor das várias maturidades que se vinha registando há largos meses está a ser interrompida. Em consequência, as taxas euribor estão a afastar-se nos valores mínimos e a criar condições para que haja alguma revisão em alta das taxas de juro a que são remunerados os depósitos a prazo.

Recorde-se que o valor da euribor faz parte da fórmula usada pelo Banco de Portugal a partir da qual se apura o valor máximo aceite como taxa de juro de um depósito a prazo sem que haja penalizações de capital. Recomendamos a este propósito o artigo “Qual será a taxa máxima que pode atingir um depósito a prazo?“.

Para já, e de acordo com a última atualização da nossa base de dados, a tendência de revisão dos depósitos tem sido, ainda, em baixa. Veremos o que nos reserva os próximos meses, aguardando igualmente por novos declarações e medidas de política monetária a toara pelo BCE, as quais poderão condicionar a evolução desta variável. Deixamos a em baixo um gráfico co ma evolução desde janeiro de 2012 das principais taxas da Eubiro (a 3, 6 e 12 meses).

Fonte: Banco de Portugal; Gráfico “Melhores Depósitos a Prazo”).

Euribor a 3, 6 e 12 meses - de 2012 a janeiro de 2013

Euribor a 3, 6 e 12 meses – de 2012 a janeiro de 2013

Taxas Euribor renovam mínimos históricos – dezembro 2012

Seria fastidioso para os nossos leitores aqui recordar regularmente sempre que uma das taxas euribor voltasse a bater o seu mínimo histórico tal é a frequência com que isso tem acontecido no último ano. Hoje decidimos contudo fazer um ponto da situação até porque é a primeira vez que nos referimos a este indexante determinante para evolução das taxas de juro dos depósitos a prazo, aqui no Melhores Depósitos a Prazo.

Os valores finais de novembro são impressionantes, particularmente se comparados com o registado há apenas um ano. Eis a tabela mais recente construida tendo por base a informação do Banco de Portugal:

Euribor a: Dez-11 Nov-12
 1 mês 1,143 0,109
2 meses 1,258 0,145
 3 meses 1,426 0,192
4 meses 1,5 0,244
5 meses 1,578 0,304
6 meses 1,671 0,36
7 meses 1,726 0,402
8 meses 1,788 0,442
9 meses 1,842 0,475
10 meses 1,897 0,518
11 meses 1,949 0,551
12 meses 2,004 0,588

Por outro lado, a primeira sessão de dezembro já trouxe novos valores mínimos, em particular nos seguintes casos:

  • Euribor a três meses: 0,190%
  • Euribor a seis meses: 0,342%

Sendo certo que em período onde a recolha de aforro é importante para os rácios de capital da banca, as limitações/penalizações impostas pelo Banco de Portugal indexadas elas próprias à diferença entre a taxa de juro paga ao depositante e a evolução da euribor acabam por garantir que a evolução global das taxas de juro passivas (as dos depósitos) acompanhem a tendência de evolução da euribor. Em conclusão, as remunerações dos depósitos a prazo deverão continuar a descer durante mais alguns meses, provavelmente os suficientes para nova comparação impressioante daqui a um ano. Sobre as penalizações do Banco de Portugal ler “Instrução Nº28/2011: Banco de Portugal penaliza depósitos que paguem mais de 3 p.p. acima da euribor“.

Pode encontrar vasta informação sobre este tema (e dados atualizados diariamente) nesta página do Banco de Portugal.