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Bancos com melhores depósitos a prazo

Algum depósito a prazo oferece retorno positivo em finais de 2018?

Algum depósito a prazo oferece retorno positivo? A taxa de inflação medida pela variação média anual está a “comer” 1,2% ao ano, ou seja, nenhum depósito que pague menos do que 1,67% de TANB (para considerar já a fatia que é levada pelo IRS) garantirá a manutenção do poder de compra associado ao capital poupado no depósito.

Por outro lado, nos meses mais recentes, a própria taxa de inflação está a acelerar a subida. Em setembro de 2018, os preços subiram 1,4% face a setembro de 2017 (acima dos 1,2% de média anual) pelo que a tendência será a de que, a menos que as taxas de juro dos depósitos comecem a recuperar (o que não se adivinha para já) haverá cada vez menos depósitos capazes de garantir um retorno positivo.

 

Vale a pena aforrar em depósitos a prazo?

Depende. Se o investidor/aforrador está determinado em ter um retorno acima da inflação para conseguir aumentar o seu poder de compra, de facto, os depósitos estão “fora de moda”, mas é preciso ter em conta que o desejo de mais retorno costuma implicar correr maiores riscos. E aí, estamos perante um lema que tanto é válido para o cenário em que o depósito pagou menos que a inflação, como aquele em que simplesmente pagam menos do que o investidor quer ganhar. Ou seja, depende sempre de quanto é que se quer tentar ganhar e, necessariamente arriscar.

Mas suponhamos que o aforrador costuma preferir os depósitos porque é avesso ao risco ou porque quer manter “aquela parte” da sua poupança aplicada em ativos menos arriscados.

Nesse caso a resposta à pergunta implicará olhar para as alternativas. Há uma alternativa que é necessariamente pouco interessante: ter o dinheiro debaixo do colchão. Aí a perda do poder de compra é total, no sentido em que enfrentar o poder total da taxa de inflação. Ou seja, o depósito a prazo, pode mitigar de forma significativa essa erosão monetária. Não ganha grande coisa ou mesmo nada mas também não fica a perder ou perde muito menos poder de compra do que se tiver o dinheiro na conta à ordem ou, literalmente, debaixo do colchão.

Outra alternativa é considerar os títulos de dívida pública como os certificados de aforro, do tesouro ou as OTRV. Todos garantem o capital no final do prazo e um retorno maior que zero, sendo que dependendo do prazo do investimento poderão ser ou não mais interessantes do que os depósitos a prazo. Garantias de ficar acima da inflação é que também não dão. Para já, para prazos acima de um ano, tendem a oferecer taxas mais competitivas isto se considerarmos, em particular, os certificados do tesouro poupança crescimento.

Este último produto, em especial, bem menos atraente do que o seu predecessor, os certificados do tesouro poupança mais, continuam, ainda assim a ser a melhor oferta em termos de taxa de juro para aplicações mais longas, acrescentando ao juro garantido e tabelado, um adicional potencial e nunca negativo, associado ao desempenho da economia portuguesa (taxa de crescimento do PIB).

Nesta tabela pode ver qual a taxa de juro associada aos certificados considerando que os mantém por prazos entre 1 ano (prazo mínimo de imobilização) a 7 anos (o máximo legal). Considerou-se que não havia bonificação associada ao PIB.

 

Banco   Prazo   Nome do Depósito   TANB   TANL   Depósito Mínimo   Depósito Máximo   Perda de juros com mobilização antecipada
ESTADO – IGCP   7 anos(s)   Certificados do Tesouro Poupança Crescimento   1,39   1,003   1 000   1 000 000   100%
ESTADO – IGCP   6 anos(s)   Certificados do Tesouro Poupança Crescimento   1,25   0,900   1 000   1 000 000   100%
ESTADO – IGCP   5 anos(s)   Certificados do Tesouro Poupança Crescimento   1,11   0,799   1 000   1 000 000   100%
ESTADO – IGCP   4 anos(s)   Certificados do Tesouro Poupança Crescimento   0,98   0,702   1 000   1 000 000   100%
ESTADO – IGCP   3 anos(s)   Certificados do Tesouro Poupança Crescimento   0,85   0,612   1 000   1 000 000   100%
ESTADO – IGCP   2 anos(s)   Certificados do Tesouro Poupança Crescimento   0,75   0,540   1 000   1 000 000   100%
ESTADO – IGCP   1 anos(s)   Certificados do Tesouro Poupança Crescimento   0,75   0,540   1 000   1 000 000   Não mobilizável (no 1º ano)
ESTADO – IGCP   3 meses   Certificados de Aforro   0,681   0,490   100   250 000   Não mobilizável (nos 1ºs 3 meses)

 

Conclusões

Em suma:

  • Se é para ter o dinheiro à ordem porque acha que ganha 1% ao mês é ridículo num depósito a prazo, a verdade é que é 1% a menos que perde.
  • Se prefere minimizar a perda de poder de comprar sem correr mais riscos do que os inerentes a um depósito a prazo, então analise o comparativo onde os depósitos a prazo competem com os certificados de aforro e os certificados do tesouro poupança crescimento e escolha a melhor opção para o prazo que está disposto a ter o dinheiro parado.
  • Se admite correr mais riscos para fugir a depósitos que não garantem retorno positivo, recomendamos que olhe para outros ativos mais agressivos, deixando a nota de cautela de que convém que perceba em que é que está a investir. Se não conseguir perceber bem o produto é meio caminho andado para que muito provavelmente não seja um investimento para si, por mais simpático que seja um eventual gestor de conta.

Boas sorte e bons negócios!

Inflação regista valor positivo pela primeira vez desde maio de 2014

 A inflação regista valor positivo pela primeira vez desde maio de 2014 ou se ter fixado nos 0,1% em termos de variação média anual na informação relativa a julho de 2015 divulgada pelo INE. A subida deste indicador face ao que registava em junho foi de apenas uma décima, o suficiente para abandonar o nulo então registado. Podemos assim constatar que à taxa de juro líquida dos depósitos a prazo teremos de subtrair uma décima para obtermos a taxa de juro real neste momento.

O comportamento do índice de preços no consumidor indicia que a taxa de inflação poderá continuar a subir lentamente nos próximos meses dado que a taxa de variação homóloga persiste acima da variação média anual. Ainda assim a subida será muito limitada dado que a própria variação homóloga depois de ter atingido o ponto percentual em maio, voltou a desacelerar fixando-se em 0,8% nos meses de junho e julho de 2015.

Inflação - Homologas Zona Euro Junho 2015

Inflação – Homologas Zona Euro Junho 2015
Fonte: INE

A impacto da política expansionista do Banco Central Europeu, com o objetivo de estimular a subida de preços estará a ter uma eficácia muito moderada. Ainda assim Portugal é, no seio da Zona Euro, dos países com a variação homóloga mais elevada. Nenhum país regista valores que se aproximem dos “desejados” 2% de referencial ideal definido pelo BCE: