Com taxas de juro nulas ou praticamente nulas na maioria dos depósitos a prazo disponíveis até um ano, os particulares que insistem em aforrar uma parte das suas disponibilidades financeiras, têm vindo a procurar depósitos a prazo com maturidades mais longas. De facto, são estas as que oferecem juros mais elevados.
Segundo os dados do Banco Central Europeu, de que o Banco de Portugal deu eco, a taxa de juro média dos novos depósitos de particulares foi de 0,25%, (mais uma décima do que em agosto).
Já centrando a análise apenas nos depósitos superiores a um ano – que concentram cerca de €1 em cada €4 do aforro em novos depósitos – a taxa de juro média dos novos depósitos terá subido de 3,24% em agosto para 3,64% em setembro. Note-se que, no mesmo período, a taxa de juro de novos depósitos até um ano caiu uma décima, de 0,22% em agosto para 0,21% em setembro.
Da análise feita à oferta divulgada nos sítios de internet de 20 bancos a operar em Portugal é muito difícil compreender como é que o BCE e o Banco de Portugal chegaram a taxas médias para depósitos acima de um ano superiores à taxa de juro mais elevada que identificámos (com o Economia e Finanças). No entanto, é possível que haja negociação e juros mais elevados, fora da oferta difundida, que sejam oferecidos a grandes depositantes. Ainda assim, o número é surpreendente.
Estes dados comparam com uma taxa de inflação média anual que ronda os 1,3% (outubro de 2017).
Quanto ao volume de depósitos de particulares depositados junto de bancos a operar em Portugal, o total atingiu os € 138,2 mil milhões (setembro de 2017), um valor que representa uma ligeira descida (-1,3%) em termos de taxa de variação anual. Ainda assim, a queda dos depósitos no ano terminado em agosto, havia sido maior (variação de -1,7%).
Segundo no ta de informação do Banco de Portugal, na zona euro, os depósitos cresceram 3,8% em termos de variação anual, no ano terminado em setembro de 2017.